Saúde e Bem estar

Hipnose Trigma - O poder da Palavra

Vitimização é o comportamento contrário à autorresponsabilização – quais resultados você tem colhido ultimamente?

Hip.no.se - substantivo feminino

Quando o assunto é hipnose, comumente ouço comentários do tipo “hum, mas não é perigoso?” ou ainda “tenho curiosidade, mas tenho medo!”.

Se procurar no dicionário, você encontrará a seguinte definição: “estado semelhante ao sono, gerado por um processo de indução, no qual o indivíduo fica muito suscetível à sugestão do hipnotizador”.

Quem nunca assistiu algum programa de TV no qual o hipnólogo sai às ruas fazendo seu show? Sua estratégia é entreter o público ao “colocar em transe” pessoas comuns da plateia que, como num passe de mágica, começam a imitar uma galinha ou ainda falar bobagens para divertir a audiência.

Se por um lado essa “hipnose de palco” cumpriu o papel de popularizar uma ferramenta de autoconhecimento tão poderosa, por outro acabou difundindo uma ideia equivocada de que hipnose é um fenômeno sobrenatural que está relacionado ao “controle súbito da mente” por uma pessoa detentora do saber que poderá te “enfeitiçar com seu olhar num estalar de dedos”. Crendices à parte, neste texto quero contar um pouco do trabalho com hipnose que realizo sob a ótica terapêutica da saúde integral, ou seja, levando em consideração cada indivíduo em seu contexto de vida como um todo.

Mas você sabe o que realmente significa HIPNOSE TERAPÊUTICA?

A hipnose surgiu a partir do conceito de “monoideísmo”, ou seja, atenção focada a uma única ideia. Ao se atentar apenas a um objeto ou mesmo a um som específicos – como, por exemplo, o famoso pêndulo - nossa mente “se desliga de outros estímulos” alheios àquele foco, o que reduz as barreiras e filtros do mundo externo (ego).

Entenda o conceito de “transe”, sempre que aqui citado, como estado alterado de consciência. O paciente, durante o transe, é capaz de escutar tudo que ocorre a sua volta (cachorro latiu, carro buzinou, etc) uma vez que ele mantém as atividades cerebrais intensificadas ao longo do processo – é importante desmistificar aqui o “perigo de ir e não voltar mais”, como já me perguntaram. Através desta técnica, totalmente segura, o paciente é capaz de buscar lembranças e memórias pouco acessadas no seu cotidiano ao conversar com amigos ou contando uma história para alguém, por exemplo. Na sessão hipnótica, o terapeuta é um facilitador:

O rapport, isto é, o vínculo estabelecido entre paciente e hipnólogo através da empatia, é fundamental para gerar confiança. Busco sempre relembrar que estou ali com um intuito bem definido: ajudar meu paciente a entrar em contato com seu inconsciente e, assim, entender seus mecanismos de funcionamento para melhorar sua qualidade de vida de alguma forma. Propositalmente, ocorre uma redução no senso crítico da pessoa em transe para que, uma vez hipnotizada, ela fique mais aberta a aceitar minhas sugestões. Neste momento inicial, o paciente preenche uma anamnese relatando sua queixa; este questionário me permite conhecer o mindset daquela pessoa e, a partir disso, posso seguir de forma mais coerente e assertiva. Basicamente, podemos dividir as linhas de atuação em 3 tipos: hipnose tradicional, auto hipnose e hipnose Ericksoniana. Hoje vou falar mais detalhadamente sobre esta última.

Milton Erickson, considerado o pai da hipnose, foi pioneiro em utilizar a linguagem como base para levar ao estado de transe, ou seja, na abordagem Ericksoniana o hipnoterapeuta não mais depende da suscetibilidade individual de cada pessoa para obter sucesso. Esta distinção em relação à hipnose tradicional amplia a atuação do hipnólogo para diversas áreas, uma vez que ele se basta de uma simples ferramenta: a PALAVRA.

No mundo em que vivemos, muitas vezes ansiedade virou sinônimo de produtividade e, se não pararmos para uma análise mais profunda de “onde estamos” e “onde queremos chegar”, em pouco tempo é fácil se sentir desmotivado, frustrado ou com baixa autoestima. O resultado da ressignificação de conteúdos “doloridos” é muito rápido e duradouro e logo nas primeiras sessões o paciente percebe mudanças significativas na sua forma de sentir e agir.

A hipnose Ericksoniana acredita que o caminho para o sucesso está na utilização de uma linguagem metafórica que seja mais adequada para o inconsciente de cada paciente, considerando sua história de vida, seus valores e crenças. Por isso é essencial estar familiarizado com o universo daquele indivíduo. Isso cria elos de identificação entre o que eu falo e o que você ouve, diminuindo assim o que chamamos de “resistência” à sugestão.

Sabia que pessoas muito racionais e lógicas podem sentir mais dificuldade para relaxar e entrar em estado de transe? Isso pode ocorrer por elas se prenderem a fatos ao invés de dar asas à imaginação. Dessa forma, a hipnose Ericksoniana entende e respeita a singularidade das mais variadas construções de linhas de raciocínio, utilizando-se de analogias para alcançar, de forma sutil, os conteúdos inconscientes.

Mas e criança, também pode ser hipnotizada?

Aos 8 anos de idade, aproximadamente, as faculdades críticas da criança ainda não estão tão bem definidas, ou seja, ela tem uma capacidade imaginativa muito grande. Em casos em que a família (ou mesmo o próprio paciente mirim!) queira maiores informações sobre hipnose infantil, precisamos ser cautelosos e usar o bom senso sempre em prol da saúde emocional dos envolvidos! Existem outras técnicas e atividades lúdicas mais apropriadas para este momento do desenvolvimento cognitivo - mas este assunto fica pra depois, no texto sobre o cantinho da clínica especialmente dedicado e adaptado aos nossos pequenos, carinhosamente conhecido como Planeta Zorton.

Como funciona a sessão?

Dou início com uma conversa para me apresentar e entender a melhor forma de ajudar aquela pessoa. Em seguida, o paciente preencher a anamnese (aquelas perguntas relacionadas à vida e o cotidiano da pessoa para entender melhor sua situação atual e queixa relatada). Esta primeira sessão é crucial para estabelecer uma conexão não apenas com quem está ali sentado à minha frente, mas principalmente com sua história de vida por trás.

Apenas no nosso próximo encontro que você, então, vivenciará uma experiência de transe. O paciente se deita no divã e iniciamos o relaxamento através da respiração. Cada sessão tem duração de 50 minutos; ao final, o paciente se lembra de tudo que vivenciou e se surpreende com seu “novo despertar”.

É dever ético e moral do terapeuta sempre levar em consideração as consequências futuras e pensar na escolhas e decisões tomadas naquele momento pela pessoa. A memória é como uma cicatriz que sempre poderá existir e, ao longo do processo terapêutico, o paciente passa a dimensionar o quanto ele quer que essa cicatriz o incomode. Quebrar as crenças para ressignificar uma memória, um sentimento e, então, um comportamento. Daí o nome “reprogramação” mental, emprestado da informática justamente para fazer alusão ao “arquivo mental que é editado por uma versão mais atual” e mais coerente para você, ou seja, sem “dor”.

Vitimização é o comportamento contrário à autorresponsabilização – quais resultados você tem colhido ultimamente? Durante o processo terapêutico você entende que existem outros caminhos, outras formas de olhar para uma situação (mais conhecida aqui como o trauma) e transformar a realidade a sua volta através de novas associações mentais. Embora a hipnose seja reconhecidamente uma ferramenta fantástica para acessar material inconsciente, a grade curricular tradicional da faculdade de Psicologia pouco se aprofunda no assunto.

Já fiz diversos cursos, sigo me aprimorando e me atualizando constantemente para trazer técnicas modernas e eficazes para meu consultório em casos que vão de obesidade, timidez, stress, procrastinação, luto, insônia e fobias até aumentar resiliência, melhorar performance no trabalho, parar de roer unha ou transformar comportamentos indesejados como parar de fumar. Uma experiência única e transformadora. Se permita conhecer a Hipnose Trigma e contar uma nova história, afinal, na vida tudo são escolhas!

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